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31 de outubro de 2009

Pesquisa revela que garotas preferem os "bad boys" do que os caras "certinhos"



critico: Bruno M.Lima



Quando você era adolescente já teve a sensação de que não bastava ser bonzinho o suficiente para fazer sucesso com as garotas, pois elas sempre se interessavam pelos "bad boys"? Pois então, saiba que é verdade. Garotos "maus" fazem mais sucesso com as garotas, segundo estudos divulgados pela revista Ser bed boy".



A conclusão de dois estudos indicam que comportamentos como o narcisismo, impulsividade e a insensibilidade chamam a atenção das garotas. Durante os estudos, 200 jovens foram analisados, e os pesquisadores, chefiados por Peter Jonason, identificaram que os "bad boys" eram os que apresentavam maior índice de relacionamentos curtos, as famosas "ficadas". Curiosamente, não foi sempre assim, homens com este tipo de comportamento eram banidos e viviam solitários.


Coincidência? Um outro estudo, feito na universidade Bradley, de Illinois, revelou que dentre os 35 mil entrevistados, os "bad boys" também se destacaram nas relações amorosas. A pesquisa foi tão séria que, os trabalhos foram apresentados em um encontro de comportamento humano, em Kyoto, no Japão.


Segundo o pesquisador Matthew Keller, da Universidade do Colorado, ainda não se sabe determinar a causa desse interesse. Mas, o pesquisador acredita que o sucesso obtido pelos "bad boys" esteja ligado ao fato de que essas personalidades são raras. Se não fosse assim, as mulheres seriam mais cautelosas.



Meninas, a pergunta que não quer calar: será que a pesquisa tem mesmo razão?



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O que é normal me incomoda. O bizarro tiro de letra.

8 de outubro de 2009

Recurso naturais



Bruno .M. lima (outubro/2009)


A palavra recurso significa algo a que se possa recorrer para a obtenção de alguma coisa.


O homem recorre aos recursos naturais, isto é, aqueles que estão na Natureza, para satisfazer suas necessidades.
No Ecossistema Planeta-Terra há uma troca constante de recursos naturais entre os seres vivos.



Os recursos naturais, após seu uso, podem ser renováveis, isto é, voltarem a ser disponíveis, ou não renováveis, isto é, nunca mais ficarem disponíveis.
A flora (vegetais) e a fauna (animais) são exemplos de recursos naturais renováveis: uma planta ou animal podem ser reproduzidos ,"teoricamente", de forma infinita, a partir de seus "pais".


Os minerais, como por exemplo o minério de ferro, estão classificados de recursos naturais não renováveis, outro exemplo é o petróleo e, se são não renováveis é porque, após seu uso, um dia, irão se esgotar no Planeta.


Conservar e Preservar - Conservar os recursos naturais implica em usá-los de forma econômica e racional para que, os renováveis não se extingam por mau uso e os não renováveis não se extingam rapidamente.


Desde que, num plano de manejo adequado, exista e se previna a ação antrópica (do homem) nociva, a perpetuidade do recurso natural renovável pode, teoricamente,


acontecer.



Desde que se recicle convenientemente o recurso natural não renovável, a economia advinda possibilitará a dilatação do prazo de existência desse recurso na natureza.



Com essas noções, podemos falar um pouco na importância da PRESERVAÇÃO, muito bem definida por Álvaro Fernando de Almeida do Depto de Ciências da USP – "uso indireto e racional de recursos naturais renováveis, mantendo-se a taxa normal de extinção das espécies"; em outras palavras, em a Natureza, diversas espécies estão sempre em competição e pode ocorrer a extinção "natural" de algumas; não só a competição faz com que isso ocorra, mudanças climáticas, erupções vulcânicas, cheias etc.


também podem acarretar a extinção. Da mesma forma que espécies são extintas, outras podem
aparecer... é um longo processo de evolução.



Falando, ainda, nos recursos naturais renováveis (flora e fauna), cabe ressaltar a importância do que chamamos biodiversidade, assunto que os norte-americanos rejeitam a se comprometer através de compromissos com o resto do mundo.


A preservação da biodiversidade é importante para que o homem tenha tempo de descobrir a utilidade das espécies, para a sua própria sobrevivência. A cura de muitos males que hoje existem e que ainda virão a existir, pode estar em plantas em extinção ou poderia estar em outras que já foram extintas.


Outro, fato de relevante importância, é a manutenção das espécies originais ainda não modificadas pelo homem; assim, se amanhã, a engenharia genética conseguir um tomate de grande tamanho, isso será importante para a humanidade mas, aí, poderá estar ocorrendo uma erosão genética que precisará ser recomposta com o tomate primitivo, sem contar que o novo fruto é um desconhecido alimento e não se sabe os males que possa vir a causar.


Dessa forma, são importantes as Reservas Biológicas. A rigor, a preservação dos recursos naturais renováveis só será bem sucedida se se preservarem os ambientes primitivos, onde convivam, organizadamente, animais e vegetais, tendo-se o cuidado para que tais ambientes, se pequenos demais, não promovam a degenerência das espécies por serem parentes próximos; um Zoológico ou
uma "ilha" de floresta podem levar a essa degenerência.



Quanto aos recursos não renováveis, como a água, por exemplo, cumpre usá-la com sabedoria para reproveitá-la ao máximo (reciclagem) e a rigor, nesse caso, quanto menos poluí-la mais fácil será purificá-la para sucessivas utilizações.



Bruno .M. Lima

7 de outubro de 2009

O Mestre da Vida


Apesar das boas intenções, é apenas mais um dentro de seu gênero que não adiciona nada em especial.

A dinâmica entre mestre e aprendiz já foi explorada dezenas ou até centenas de vezes no Cinema. Os exemplos são incontáveis: desde Lua de Papel, passando por Karate Kid e chegando a Encontrando Forrester, roteiristas e cineastas não se cansam de construir histórias focadas nesta troca de experiências entre o mentor, normalmente recluso e solitário, e o jovem, na maioria das vezes talentoso, mas perdido na vida. Com tantas abordagens, é difícil oferecer algo novo, que traga uma visão diferente ao tema. O Mestre da Vida, infelizmente, é apenas mais uma obra a entrar no rol de produções a serem esquecidas.


Segundo caracteres que surgem logo nos primeiros segundos da fita, a história é baseada em fatos reais, apresentando o garoto John, um verdadeiro apaixonado pelo mundo da arte e da pintura. Ao tentar vender um de seus quadros, John descobre ser vizinho de um grande pintor russo, Nicoli Seroff. Disposto a trocar idéias e aprender com o mestre, o jovem vai à casa de Seroff, que se revela um senhor de idade sem muita paciência para contato com seres humanos. Aos poucos, John consegue convencer Seroff a ensiná-lo, e decide passar alguns meses na casa de verão do russo.


Quem já assistiu a algum filme sobre esta relação mestre/aprendiz sabe exatamente o que acontecerá na história. O roteiro do também diretor George Gallo não foge nem um segundo do previsível, evitando qualquer espécie de ousadia ou desenvolvimento mais aprofundado.

Pelo contrário, O Mestre da Vida (que título nacional, hein?) é um filme realizado com o único objetivo de emocionar, ainda que o tente de maneira forçada, com a trilha melosa e repleta de sacarina subindo nos momentos certos e planejados para levar à platéia às lágrimas.


Se realizado por um diretor competente (Spielberg, por exemplo), tal recurso pode até funcionar, mas na maioria das vezes é uma grande manipulação e trapaça com os sentimentos do público.

E este é, também, o caso aqui. Ainda que a relação entre Seroff e John convença em alguns momentos, não há grande identificação com os personagens e, conseqüentemente, o que eles sentem não ressoa no espectador. O próprio desenvolvimento deles é óbvio demais: claro que John teria problemas em casa e Seroff algum trauma do passado que o transformou em recluso.



O grande problema é que Gallo acredita que somente tais fatos são suficientes para torná-los pessoas reais, no que se engana. Ainda que o veterano Armin Mueller-Stahl consiga transmitir alguma veracidade ao personagem, Trevor Morgan é pouco expressivo no papel de John, o que também impede uma maior aproximação.


Por outro lado, Ray Liotta se diverte no papel do pai do garoto, roubando todas as cenas em que aparece, e o garoto do inferno Ron Perlman cria de forma competente a patética figura de um estudioso de arte.


A maneira como retrata a arte, aliás, é uma das principais qualidades de O Mestre da Vida. O roteiro apresenta diversas questões interessantes sobre o assunto, desde as dicas de Seroff a John até as discussões sobre a arte apreciada com o intelecto e a arte compreendida pelo coração.


É daí que saem as melhores – e mais divertidas – cenas do filme, como a presença do pintor russo em uma exposição de artistas locais e o jantar no qual Seroff revela a idiotice de um pretensioso amigo ao exibir pinturas de crianças deficientes.


É uma pena, portanto, que o resto da produção seja tão descuidado. Os ensinamentos sobre a vida, por exemplo, variam entre os levemente inspirados e outros extremamente clichês, inclusive um “siga seu próprio coração”. Da mesma forma, há momentos dispensáveis em O Mestre da Vida, como o romance entre John e a vizinha de Seroff, uma subtrama que nada acrescenta e ainda prejudica a construção da dinâmica entre os dois personagens principais.


Como resultado, O Mestre da Vida é um filme de boas intenções, mas com diversos problemas. A história, previsível, nada tem de original e falta à obra mais naturalidade no desenvolvimento dos personagens e alma nas relações. Há alguns acertos, mas a tentativa de George Gallo em emocionar o espectador à força chega a insultar. Em certo momento do filme, Seroff diz que a arte deve ser natural. Uma pena que seu próprio diretor não aprendeu a lição.

Sabedoria sem Respostas: Uma Breve Introdução à Filosofia








Tradução de Bruno .M. Lima
Lisboa: Temas e Debates, 2008, 2009 pp., 11,00 €



Crítica: Bruno Matheus


APRESENTAÇÃO.


Apresentar a filosofia aos estudantes, assim como ao público em geral, enfrenta quase sempre esta dificuldade: habituados que estamos a um sistema educativo dogmático, que coloca a ênfase na mera transmissão da informação, do conhecimento adquirido, e não na capacidade para descobrir, para fazer conhecimento, tanto os estudantes como o público em geral tende a ler ou ouvir passivamente o que lhe é dito.

Para os estudantes e para o público em geral a filosofia é apenas mais uma disciplina, como a física ou a história.


Num certo sentido, é verdade que a filosofia é apenas mais uma disciplina.

Mas como a ideia que temos das outras disciplinas está distorcida por um sistema educativo dogmático, tendemos a pensar que estudar filosofia é uma questão de compreender e saber explicar as ideias de Platão ou Kant, Descartes ou Popper, Hume ou Kripke, tal como estudar física é saber repetir muito bem as teorias estabelecidas.

Em ambos os casos se trata de meras caricaturas das disciplinas em causa.

A essência da filosofia, tal como a essência da física ou da literatura, está no fazê-las, e não no repeti-las.
Evidentemente, em filosofia como nas outras disciplinas, é necessário conhecer as teorias estabelecidas, é necessário dispor de informação sobre o que se fez, como se fez e por que razão se fez.

Mas se nos limitarmos a fazer relatórios do que se fez, não estaremos a fazer filosofia, nem literatura, nem física.

Como se estimula, então, o público e os estudantes a fazer filosofia, ao invés fazer apenas relatórios? Alguns livros introdutórios de filosofia procuram fazer isso mesmo. Um deles é o livro Que Quer Dizer Tudo Isto?, de Thomas Nagel. Outro é o presente livro.


Com 14 capítulos que apresentam outras tantas áreas da filosofia, cada capítulo procura mostrar que mal nos pomos a pensar de forma sistemática e não dogmática há problemas reais, que geram perplexidades inultrapassáveis, e a que se torna urgente procurar dar resposta.

Mas este não é um livro de respostas; o objectivo é tornar vivas e urgentes os problemas e as perguntas.

Depois de se sentir na pele a realidade dos problemas filosóficos, compreende-se melhor as ideias dos grandes filósofos do passado e do presente, que procuram, precisamente, responder a esses problemas com as suas teorias e argumentos.


Assim, na parte final do livro (e ao contrário do livro de Thomas Nagel), encontra-se uma informativa bibliografia para cada um dos capítulos.


Ao longo dos capítulos os autores argumentam e contra-argumentam intensivamente.


Não se trata de apresentar dogmaticamente, por exemplo, o problema do livre-arbítrio; trata-se de tornar este problema vivo e real, enfrentando os primeiros argumentos intuitivos que procuram afastar o problema apresentando respostas inadequadas.


Deste modo, os autores combatem efectivamente o cepticismo ingénuo quanto à filosofia, de que sofrem infelizmente muitos cientistas e — surpreendentemente — muitos professores de filosofia.


Este cepticismo é a ideia de que a filosofia é um artificialismo histórico e não uma forma de enfrentar problemas urgentes e vivos.


Do ponto de vista deste cepticismo, os problemas da filosofia são artificialismos opcionais — da nossa linguagem, da nossa história ou de outra coisa qualquer.


Tanto podemos tomá-los como importantes como abandoná-los ao esquecimento.


Este livro é um bom antídoto para este cepticismo porque apresenta directamente os problemas filosóficos, argumentando e contra-argumentando com tal força que todas as tentativas de fugir à realidade dos problemas filosóficos ficam bloqueadas.


E bloquear estas fugas é libertar o espírito humano.



Sobre os autores


bruño .M. Lima è um critico q gosta de criticar tudo q
os oltros criticos tem medo de criticar ....


O que ele dis


bruño .M. Lima bom eu ñ me acho um critico
assim ja dizia o poeta eu sei q nada sei mais de uma coisa
eu sei q me falta a aprender

A Bíblia, uma Biografia


ARMSTRONG, Bruno .M. Lima. A Bíblia, uma biografia. São Paulo : Bruno Matheus de Lima , 2009.
Introdução


Os seres humanos são criaturas que procuram pelo sentido. A menos que encontremos alguma referência ou sentido em nossas vidas, caímos muito facilmente em desespero.

A linguagem desempenha um papel importante em nossa busca. Não só é um meio vital de comunicação, como nos ajuda a expressar e elucidar a turbulência incoerente de nosso mundo interior. Usamos palavras quando queremos fazer alguma coisa acontecer fora de nós mesmos: damos uma ordem ou fazemos um pedido e, de uma maneira ou de outra, tudo à nossa volta muda, ainda que de modo infinitesimal.


Mas quando falamos recebemos também alguma coisa de volta: o simples ato de pôr uma idéia em palavras pode lhe dar um brilho e um encanto que ela não tinha antes. A linguagem é misteriosa. Quando uma palavra é dita, o etéreo é feito carne; a fala requer encarnação – respiração, controle muscular, língua e dentes. A linguagem é um código complexo, regido por leis profundas que se combinam para formar um sistema coerente imperceptível para o falante, a menos que ele seja um lingüista qualificado. Mas a linguagem tem uma inadequação inerente. Há sempre algo que fica não dito; algo que permanece inexprimível. Nossa fala nos torna conscientes da transcendência que caracteriza a experiência humana.


Tudo isso afetou a maneira como lemos a Bíblia, que tanto para os judeus como os cristãos é a Palavra de Deus. As Escrituras foram um elemento importante no empreendimento religioso.


Em quase todas as principais tradições religiosas, as pessoas consideram certos textos sagrados ontologicamente diferentes de outros documentos. Elas investiram esses Escritos com o peso de suas aspirações mais elevadas, esperanças mais extravagantes e medos mais profundos, e de forma misteriosa os textos lhes deram alguma coisa de volta.


Leitores encontram nesses Escritos algo semelhante a uma presença que os induz a uma dimensão transcendente.


Eles basearam suas vidas na escritura – prática, espiritual e moralmente.


Quando seus textos contavam histórias, as pessoas em geral acreditavam que eram verdadeiras, mas até há pouco tempo a exatidão literal ou histórica nunca foi o que importava.


A verdade das Escrituras não pode ser avaliada a menos que elas sejam – ritual ou eticamente – postas em prática.


As escrituras budistas, por exemplo, dão aos leitores alguma informação sobre a vida do Buda, mas incluem apenas aqueles incidentes que mostram aos budistas o que devem fazer para alcançar a própria


iluminação.


Hoje as Escrituras têm má reputação. Terroristas usam o Corão para justificar atrocidades, e alguns afirmam que a violência de suas Escrituras tornam os muçulmanos cronicamente agressivos.


Os cristãos fazem campanha contra o ensino da teoria evolucionista porque ela contradiz a história bíblica da Criação. Judeus sustentam que, por Deus ter prometido Canaã (Israel moderno) para os descendentes de Abraão, medidas contra os palestinos são legítimas.


Houve um revival das Escrituras que se intrometeu na vida pública. Oponentes secularistas da religião afirmam que as Escrituras geram violência, sectarismo e intolerância; impedem as pessoas de pensar por si mesmas e estimulam a ilusão. Se a religião prega compaixão, por que há tanto ódio nos textos sagrados?

É possível ser um “crente” hoje, quando a ciência solapou tantos ensinamentos bíblicos?


Por terem as Escrituras se tornado uma questão tão explosiva, é importante ter clareza quanto ao que elas são e ao que não são.

Esta biografia da Bíblia fornece algum entendimento desse fenômeno religioso. É crucial observar, por exemplo, que uma interpretação literal da Bíblia é um fenômeno recente.

Até o século XIX, muito pouca gente imaginava que o primeiro capítulo do Gênesis era uma descrição factual das origens da vida.


Durante séculos, judeus e cristãos apreciaram uma exegese extremamente alegórica e inventiva, insistindo que uma leitura literal da Bíblia não era possível nem desejável.


Eles reescreviam a história bíblica, substituíam histórias da Bíblia por novos mitos e interpretavam o primeiro capítulo do Gênesis de maneiras surpreendentemente diversas.


As Escrituras judaicas e o Novo Testamento começaram ambos como proclamações orais, e mesmo depois que foram postos por escrito, restava muitas vezes uma tendência à palavra falada, presente também em outras tradições.


Desde os tempos mais remotos, as pessoas temiam que Escrituras “escritas” estimulassem a inflexibilidade e a certeza irrealista, estridente.

O conhecimento religioso não pode ser comunicado, como outras informações, pelo simples exame das páginas sagradas.


Documentos tornaram-se “Escrituras” não porque eram considerados divinamente inspirados, mas porque, de início, as pessoas começaram a tratá-los de maneira diferente.


Isso foi verdade em relação aos primeiros textos da Bíblia, que só se tornaram sagrados quando abordados num contexto ritual que os excluiu da vida comum e dos modos

seculares de pensamento.


Judeus e cristãos tratam suas Escrituras com reverência cerimonial. O rolo da Tora é o objeto mais sagrado na sinagoga; encerrado numa capa preciosa, guardado numa “arca”, é revelado no clímax da liturgia, quando o rolo é transportado formalmente em meio à congregação, que o toca com as bordas de seu chalé de oração. Alguns judeus até dançam com o rolo, abraçando-o como a um objeto amado.


Católicos também carregam a Bíblia em procissão, cobrem-na de incenso e ficam de pé quando ela é recitada, fazendo o sinal da cruz sobre a testa, os lábios e o coração. Nas comunidades protestantes, a leitura da Bíblia é o ponto alto do serviço. Mas ainda mais importantes eram as disciplinas espirituais que envolviam dieta, postura e exercícios de concentração que, desde uma época muito remota, ajudavam judeus e cristãos a examinar a Bíblia com uma disposição de espírito muito diferente. Eles eram assim capazes de ler nas entrelinhas e encontrar algo de novo, porque a Bíblia


sempre significou mais do que dizia.


Desde os primórdios, a Bíblia teve uma mensagem única. Quando os editores fixaram os cânones dos testamentos tanto judaicos quanto cristãos, incluíram visões concorrentes e puseram-nas, sem comentários, lado a lado. Desde o princípio, autores bíblicos sentiram-se livres para rever os textos que haviam herdado e deram-lhes significados inteiramente diferentes. Exegetas posteriores apresentaram a bíblia como um modelo para os problemas de seu tempo. Por vezes permitiam que ela moldasse sua visão de mundo, mas podiam também alterá-la e fazê-la versar sobre condições contemporâneas.


Em geral, não estavam interessados em descobrir o significado original de uma passagem bíblica.

A Bíblia “provava” ser sagrada porque as pessoas descobriam continuamente novos meios de interpretá-la e julgavam que esse conjunto difícil e antigo de documentos lançava luz sobre situações que seus autores jamais poderiam ter imaginado. A revelação era um processo incessante; não ficara confinada a uma teofania distante no monte Sinai; exegetas continuavam a tornar a Palavra de

Deus audível em cada geração.


Algumas das autoridades bíblicas mais importantes insistiram que a caridade deve ser o princípio norteador da exegese: qualquer interpretação que disseminasse ódio ou desdém era ilegítima. Todas as tradições religiosas do mundo afirmam que a compaixão é não apenas a virtude primordial e o teste da verdadeira religiosidade, mas que ela realmente nos introduz ao Nirvana, a Deus ou ao Dao [ou Tao].


Infelizmente, porém, a biografia da Bíblia retrata tanto os fracassos quanto os triunfos da busca religiosa. Com demasiada freqüência os autores bíblicos e seus intérpretes sucumbiram à violência, à crueldade e ao elitismo prevalente em sua sociedade.


Os seres humanos buscam o ekstasis, uma “saída” de sua experiência habitual, normal. Se já não encontram êxtase numa sinagoga, igreja ou mesquita, procuram-no na dança, música, esporte, sexo ou drogas.


Quando as pessoas liam a Bíblia de maneira receptiva e intuitiva, descobriam que ela lhes dava sugestões de transcendência. Uma característica importante de uma instituição religiosa intensa é um sentimento de completude e unicidade. Ela foi chamada coincidentia oppositorum: nessa condição extática, coisas que pareciam separadas e opostas coincidem e revelam uma unidade inesperada.


A história bíblica do jardim do Éden descreve essa experiência de totalidade primal: Deus e a humanidade não estavam separados, mas viviam no mesmo lugar; homens e mulheres não tinham consciência da diferença de gêneros; viviam em harmonia com os animais e o mundo natural; e não havia distinção entre bem e mal.


Em tal estado, divisões são transcendidas num ekstasis distinto da natureza fragmentária e conflituosa da vida comum. As pessoas tentaram recriar essa experiência edênica [paradisíaca] em seus rituais religiosos.


Como veremos, judeus e cristãos desenvolveram um método de estudo da Bíblia que vinculava textos que não tinham conexão intrínseca alguma.


Demolindo constantemente barreiras de diferença textual, eles alcançavam uma coincidência oppositorum extática, presente também em outras tradições de Escrituras.


Ela é essencial, por exemplo, para a interpretação apropriada do Corão. Desde um período muito remoto, os arianos da Índia aprenderam a compreender o Brahma, a força misteriosa que mantinha os diversos elementos do mundo unidos, quando ouviam os paradoxos e enigmas dos hinos do Rigveda, que aparentemente fundiam coisas não relacionadas. Quando judeus e cristãos tentaram encontrar uma unidade em suas Escrituras paradoxais e multiformes, também eles tinham intuições da divina unicidade. A exegese foi sempre uma


disciplina espiritual, não uma atividade acadêmica.


Originalmente, o povo de Israel conseguira esse ekstasis no templo de Jerusalém, que fora projetado como um réplica simbólica do Jardim do Éden. Ali eles experimentavam shalom, palavra usualmente traduzida por “paz”, mas que significa mais propriamente “totalidade”, “completude”.


Quando seu templo foi destruído, eles tiveram de encontrar uma nova maneira de descobrir shalom num mundo trágico, violento. Duas vezes seu templo foi inteiramente destruído pelo fogo; a cada vez a destruição levou a um intenso período de atividade de Escritura, à medida que eles procuravam a cura e a harmonia nos documentos que se tornariam a Bíblia.
ARMSTRONG, Bruno .M. Lima. A Bíblia, uma biografia. São Paulo : Bruno Matheus de Lima , 2009.
Introdução


Os seres humanos são criaturas que procuram pelo sentido. A menos que encontremos alguma referência ou sentido em nossas vidas, caímos muito facilmente em desespero.

A linguagem desempenha um papel importante em nossa busca. Não só é um meio vital de comunicação, como nos ajuda a expressar e elucidar a turbulência incoerente de nosso mundo interior. Usamos palavras quando queremos fazer alguma coisa acontecer fora de nós mesmos: damos uma ordem ou fazemos um pedido e, de uma maneira ou de outra, tudo à nossa volta muda, ainda que de modo infinitesimal. Mas quando falamos recebemos também alguma coisa de volta: o simples ato de pôr uma idéia em palavras pode lhe dar um brilho e um encanto que ela não tinha antes. A linguagem é misteriosa. Quando uma palavra é dita, o etéreo é feito carne; a fala requer encarnação – respiração, controle muscular, língua e dentes. A linguagem é um código complexo, regido por leis profundas que se combinam para formar um sistema coerente imperceptível para o falante, a menos que ele seja um lingüista qualificado. Mas a linguagem tem uma inadequação inerente. Há sempre algo que fica não dito; algo que permanece inexprimível. Nossa fala nos torna conscientes da transcendência que caracteriza a experiência humana.
Tudo isso afetou a maneira como lemos a Bíblia, que tanto para os judeus como os cristãos é a Palavra de Deus. As Escrituras foram um elemento importante no empreendimento religioso. Em quase todas as principais tradições religiosas, as pessoas consideram certos textos sagrados ontologicamente diferentes de outros documentos. Elas investiram esses Escritos com o peso de suas aspirações mais elevadas, esperanças mais extravagantes e medos mais profundos, e de forma misteriosa os textos lhes deram alguma coisa de volta. Leitores encontram nesses Escritos algo semelhante a uma presença que os induz a uma dimensão transcendente. Eles basearam suas vidas na escritura – prática, espiritual e moralmente. Quando seus textos contavam histórias, as pessoas em geral acreditavam que eram verdadeiras, mas até há pouco tempo a exatidão literal ou histórica nunca foi o que importava. A verdade das Escrituras não pode ser avaliada a menos que elas sejam – ritual ou eticamente – postas em prática. As escrituras budistas, por exemplo, dão aos leitores alguma informação sobre a vida do Buda, mas incluem apenas aqueles incidentes que mostram aos budistas o que devem fazer para alcançar a própria iluminação.
Hoje as Escrituras têm má reputação. Terroristas usam o Corão para justificar atrocidades, e alguns afirmam que a violência de suas Escrituras tornam os muçulmanos cronicamente agressivos. Os cristãos fazem campanha contra o ensino da teoria evolucionista porque ela contradiz a história bíblica da Criação. Judeus sustentam que, por Deus ter prometido Canaã (Israel moderno) para os descendentes de Abraão, medidas contra os palestinos são legítimas. Houve um revival das Escrituras que se intrometeu na vida pública. Oponentes secularistas da religião afirmam que as Escrituras geram violência, sectarismo e intolerância; impedem as pessoas de pensar por si mesmas e estimulam a ilusão. Se a religião prega compaixão, por que há tanto ódio nos textos sagrados? É possível ser um “crente” hoje, quando a ciência solapou tantos ensinamentos bíblicos?
Por terem as Escrituras se tornado uma questão tão explosiva, é importante ter clareza quanto ao que elas são e ao que não são. Esta biografia da Bíblia fornece algum entendimento desse fenômeno religioso. É crucial observar, por exemplo, que uma interpretação literal da Bíblia é um fenômeno recente. Até o século XIX, muito pouca gente imaginava que o primeiro capítulo do Gênesis era uma descrição factual das origens da vida. Durante séculos, judeus e cristãos apreciaram uma exegese extremamente alegórica e inventiva, insistindo que uma leitura literal da Bíblia não era possível nem desejável. Eles reescreviam a história bíblica, substituíam histórias da Bíblia por novos mitos e interpretavam o primeiro capítulo do Gênesis de maneiras surpreendentemente diversas.
As Escrituras judaicas e o Novo Testamento começaram ambos como proclamações orais, e mesmo depois que foram postos por escrito, restava muitas vezes uma tendência à palavra falada, presente também em outras tradições. Desde os tempos mais remotos, as pessoas temiam que Escrituras “escritas” estimulassem a inflexibilidade e a certeza irrealista, estridente. O conhecimento religioso não pode ser comunicado, como outras informações, pelo simples exame das páginas sagradas. Documentos tornaram-se “Escrituras” não porque eram considerados divinamente inspirados, mas porque, de início, as pessoas começaram a tratá-los de maneira diferente. Isso foi verdade em relação aos primeiros textos da Bíblia, que só se tornaram sagrados quando abordados num contexto ritual que os excluiu da vida comum e dos modos seculares de pensamento.
Judeus e cristãos tratam suas Escrituras com reverência cerimonial. O rolo da Tora é o objeto mais sagrado na sinagoga; encerrado numa capa preciosa, guardado numa “arca”, é revelado no clímax da liturgia, quando o rolo é transportado formalmente em meio à congregação, que o toca com as bordas de seu chalé de oração. Alguns judeus até dançam com o rolo, abraçando-o como a um objeto amado. Católicos também carregam a Bíblia em procissão, cobrem-na de incenso e ficam de pé quando ela é recitada, fazendo o sinal da cruz sobre a testa, os lábios e o coração. Nas comunidades protestantes, a leitura da Bíblia é o ponto alto do serviço. Mas ainda mais importantes eram as disciplinas espirituais que envolviam dieta, postura e exercícios de concentração que, desde uma época muito remota, ajudavam judeus e cristãos a examinar a Bíblia com uma disposição de espírito muito diferente. Eles eram assim capazes de ler nas entrelinhas e encontrar algo de novo, porque a Bíblia sempre significou mais do que dizia.
Desde os primórdios, a Bíblia teve uma mensagem única. Quando os editores fixaram os cânones dos testamentos tanto judaicos quanto cristãos, incluíram visões concorrentes e puseram-nas, sem comentários, lado a lado. Desde o princípio, autores bíblicos sentiram-se livres para rever os textos que haviam herdado e deram-lhes significados inteiramente diferentes. Exegetas posteriores apresentaram a bíblia como um modelo para os problemas de seu tempo. Por vezes permitiam que ela moldasse sua visão de mundo, mas podiam também alterá-la e fazê-la versar sobre condições contemporâneas. Em geral, não estavam interessados em descobrir o significado original de uma passagem bíblica. A Bíblia “provava” ser sagrada porque as pessoas descobriam continuamente novos meios de interpretá-la e julgavam que esse conjunto difícil e antigo de documentos lançava luz sobre situações que seus autores jamais poderiam ter imaginado. A revelação era um processo incessante; não ficara confinada a uma teofania distante no monte Sinai; exegetas continuavam a tornar a Palavra de Deus audível em cada geração.
Algumas das autoridades bíblicas mais importantes insistiram que a caridade deve ser o princípio norteador da exegese: qualquer interpretação que disseminasse ódio ou desdém era ilegítima. Todas as tradições religiosas do mundo afirmam que a compaixão é não apenas a virtude primordial e o teste da verdadeira religiosidade, mas que ela realmente nos introduz ao Nirvana, a Deus ou ao Dao [ou Tao]. Infelizmente, porém, a biografia da Bíblia retrata tanto os fracassos quanto os triunfos da busca religiosa. Com demasiada freqüência os autores bíblicos e seus intérpretes sucumbiram à violência, à crueldade e ao elitismo prevalente em sua sociedade.
Os seres humanos buscam o ekstasis, uma “saída” de sua experiência habitual, normal. Se já não encontram êxtase numa sinagoga, igreja ou mesquita, procuram-no na dança, música, esporte, sexo ou drogas. Quando as pessoas liam a Bíblia de maneira receptiva e intuitiva, descobriam que ela lhes dava sugestões de transcendência. Uma característica importante de uma instituição religiosa intensa é um sentimento de completude e unicidade. Ela foi chamada coincidentia oppositorum: nessa condição extática, coisas que pareciam separadas e opostas coincidem e revelam uma unidade inesperada. A história bíblica do jardim do Éden descreve essa experiência de totalidade primal: Deus e a humanidade não estavam separados, mas viviam no mesmo lugar; homens e mulheres não tinham consciência da diferença de gêneros; viviam em harmonia com os animais e o mundo natural; e não havia distinção entre bem e mal. Em tal estado, divisões são transcendidas num ekstasis distinto da natureza fragmentária e conflituosa da vida comum. As pessoas tentaram recriar essa experiência edênica [paradisíaca] em seus rituais religiosos.
Como veremos, judeus e cristãos desenvolveram um método de estudo da Bíblia que vinculava textos que não tinham conexão intrínseca alguma. Demolindo constantemente barreiras de diferença textual, eles alcançavam uma coincidência oppositorum extática, presente também em outras tradições de Escrituras. Ela é essencial, por exemplo, para a interpretação apropriada do Corão. Desde um período muito remoto, os arianos da Índia aprenderam a compreender o Brahma, a força misteriosa que mantinha os diversos elementos do mundo unidos, quando ouviam os paradoxos e enigmas dos hinos do Rigveda, que aparentemente fundiam coisas não relacionadas. Quando judeus e cristãos tentaram encontrar uma unidade em suas Escrituras paradoxais e multiformes, também eles tinham intuições da divina unicidade. A exegese foi sempre uma disciplina espiritual, não uma atividade acadêmica.
Originalmente, o povo de Israel conseguira esse ekstasis no templo de Jerusalém, que fora projetado como um réplica simbólica do Jardim do Éden. Ali eles experimentavam shalom, palavra usualmente traduzida por “paz”, mas que significa mais propriamente “totalidade”, “completude”. Quando seu templo foi destruído, eles tiveram de encontrar uma nova maneira de descobrir shalom num mundo trágico, violento. Duas vezes seu templo foi inteiramente destruído pelo fogo; a cada vez a destruição levou a um intenso período de atividade de Escritura, à medida que eles procuravam a cura e a harmonia nos documentos que se tornariam a Bíblia.

Viver Para Quê? Ensaios sobre o Sentido da Vida


Bruno .M. Lima
Tradução e introdução de Bruno .M. Lima
Bruno Matheus de Lima, 2008, 209 pp.


Esta antologia reúne seis textos de filosofia contemporânea sobre o sentido da vida, precedida por uma introdução generosa do organizador. Os textos incluídos são os seguintes:


1. O Sentido da Vida (1970) Richard Taylor


2. O Sentido da Vida (1957) Kurt Baier


3. Poderá o Propósito de Deus ser a Fonte do Sentido da Vida? (2000) Thaddeus Metz


4. O Absurdo (1971) Thomas Nagel


5. Felicidade e Sentido: Dois Aspectos da Vida Boa (1997) Susan Wolf


6. Despromoção e Sentido na Vida (2005) Neil Levy


O estudo contemporâneo do problema filosófico do sentido da vida começa praticamente com o artigo "O Absurdo" (1971) de Thomas Nagel, incluído nesta antologia. Apesar de haver alguns artigos anteriores, Nagel mostrou que um filósofo muitíssimo influente podia tratar este tema sem cair no ridículo e que esse trabalho podia ser publicado numa das mais prestigiadas revistas académicas de filosofia: The Journal of Philosophy


O trabalho mais influente sobre o sentido da vida nas últimas décadas do séc. XX, sobretudo nos EUA, foi o último capítulo do livro Good and Evil (1970), de Richard Taylor, incluído nesta antologia, publicado quase em simultâneo com o artigo de Nagel. O registo escrito da conferência de Kurt Baier proferida em 1957 sobre o tema, também incluída nesta antologia, circulava desde há bastante tempo entre estudantes e professores; este trabalho, contudo, só viria a circular amplamente a partir de 2000, quando foi publicado na antologia de textos sobre o sentido da vida organizada por Klemke para a Oxford University Press. Por esta altura, já o problema do sentido da vida era insistentemente abordado nas revistas académicas, surgindo também cada vez mais livros inteiramente dedicados ao tema.


Esta antologia põe o leitor em contacto com esses e outros importantes ensaios filosóficos contemporâneos sobre o sentido da vida. Os ensaios foram dispostos por ordem parcialmente cronológica e parcialmente temática.


O ensaio de Taylor é o primeiro desta antologia e apresenta uma resposta subjectivista ao problema do sentido da vida. Esta posição baseia-se na convicção de que, objectivamente, a vida não tem sentido; contudo, tem sentido para nós desde que sejamos felizes e estejamos imersos na própria vida. Esta é uma resposta muito comum entre pessoas que não são religiosas e que desconhecem a bibliografia sobre o tema — em parte, talvez, porque hoje em dia é comum pensar que "os valores" são relativos ou subjectivos. Será uma surpresa para o leitor descobrir que os filósofos actuais aceitam quase todos, como observa Levy no último ensaio desta antologia, a tese objectivista sobre os valores e o sentido da vida, defendida por Susan Wolf (cujo influente artigo se inclui nesta antologia) e David Wiggins.


O segundo ensaio da antologia é a referida conferência de Baier, que defende três ideias centrais:


1. A concepção que hoje temos do problema do sentido da vida está fortemente influenciada pela mundividência medieval judaico-cristã, segundo a qual a vida terrena é vista como meramente instrumental para a vida depois da morte.


2. A convicção contemporânea de que sem Deus a vida não tem sentido resulta precisamente de se juntar a descrença na existência de Deus com a concepção medieval de sentido. Mal se abandona a concepção medieval de sentido, a inexistência de Deus não põe em causa o sentido da vida. O leitor pode averiguar por si em que medida este diagnóstico de Baier se aplica ou não às ideias de Taylor.


3. Ao contrário do que é comum pensar por influência da mundividência judaico-cristã, só se Deus não existir é que a vida pode ter sentido. Baier defende assim uma posição sobre o sentido da vida antagónica à religião. O ensaio de Baier oferece ainda um estudo importante sobre a natureza das explicações, para clarificar a famosa pergunta de Leibniz (1646-1716): por que há algo e não o nada?


A Baier segue-se um artigo de Thaddeus Metz, que procura mostrar que algumas das críticas de Baier à teoria medieval do sentido da vida, concebida em termos de um propósito divino, são improcedentes. Contudo, apresenta outras críticas que no seu entender são suficientes para derrotar qualquer teoria do sentido baseada no propósito divino. Metz apresenta então um novo tipo de teoria do sentido da vida centrada em Deus, que não padece dos defeitos da teoria medieval do propósito. A sua conclusão é que este novo tipo de teoria, apesar de ser a mais plausível, apresenta sérias dificuldades.


O quarto ensaio desta antologia é o referido artigo de Nagel. Na primeira parte, Nagel apresenta algumas refutações hoje praticamente canónicas de algumas ideias erradas sobre o sentido da vida. A ideia de que a nossa vida não tem sentido porque somos seres minúsculos, que habitam um minúsculo planeta num vastíssimo universo, é refutada fazendo notar que se a nossa vida não tem sentido por sermos pequenos, não se percebe por que razão ganharia sentido se fôssemos muitíssimo maiores. Nagel refuta também a ideia de que a vida não tem sentido porque somos efémeros e porque daqui a um milhão de anos ninguém se importará com o que fizermos hoje. Nagel defende que se a vida não tem realmente sentido, não se percebe como o adquiriria se a nossa existência fosse eterna; e que se o que hoje fazemos não terá importância daqui a um milhão de anos, então também não tem importância hoje que não tenha importância daqui a um milhão de anos.


Na segunda parte do seu ensaio, contudo, Nagel defende que a nossa vida é absurda apesar de ser subjectivamente valorizada. Nagel considera que a nossa vida é absurda precisamente porque há uma dessintonia entre o valor que damos à nossa vida, subjectivamente, e o reconhecimento de que objectivamente a nossa vida não tem tal valor. A posição de Nagel parece depender de uma concepção anti-objectivista do valor, nomeadamente do valor moral, e essa poderá ser a sua maior fraqueza.
O quinto ensaio desta antologia, de Susan Wolf, marca uma fronteira importante nas discussões contemporâneas sobre o sentido da vida. Wolf defende uma concepção objectivista do sentido da vida, e uma subtil ligação entre a felicidade e o sentido, objectivamente concebido. Sem apresentar uma concepção objectivista do valor, problema que extravasa o tema do sentido da vida, Wolf defende que uma vida tem sentido quando consiste na entrega activa a projectos de valor.


O último ensaio desta antologia é também o mais recente. Neil Levy procura resolver um problema que fica aparentemente em aberto na concepção objectivista de sentido de Wolf e de outros filósofos. Se a vida tem sentido quando nos entregamos activamente a projectos de valor, o que acontece à nossa vida quando atingimos os objectivos de tais projectos? Concordando com a intuição comum, manifestada por Taylor e vivida por John Stuart Mill (1806-1873), de que o sentido da nossa vida cessa mal os nossos projectos chegam a bom porto, Levy defende a existência de um certo tipo de projectos que são constitutivamente abertos; a entrega a projectos deste tipo garante aquilo a que chama o "sentido superlativo".

8 de Setembro de 2009 • Filosifica Publica

Viver Para Quê? Ensaios sobre o Sentido da Vida, org. de Desidério Murcho
Tradução e introdução de Desidério Murcho
Lisboa: Dinalivro, 2009, 208 pp.
Esta antologia reúne seis textos de filosofia contemporânea sobre o sentido da vida, precedida por uma introdução generosa do organizador. Os textos incluídos são os seguintes:


1. O Sentido da Vida (1970) Richard Taylor


2. O Sentido da Vida (1957) Kurt Baier


3. Poderá o Propósito de Deus ser a Fonte do Sentido da Vida? (2000) Thaddeus Metz


4. O Absurdo (1971) Thomas Nagel


5. Felicidade e Sentido: Dois Aspectos da Vida Boa (1997) Susan Wolf


6. Despromoção e Sentido na Vida (2005) Neil Levy


O estudo contemporâneo do problema filosófico do sentido da vida começa praticamente com o artigo "O Absurdo" (1971) de Thomas Nagel, incluído nesta antologia. Apesar de haver alguns artigos anteriores, Nagel mostrou que um filósofo muitíssimo influente podia tratar este tema sem cair no ridículo e que esse trabalho podia ser publicado numa das mais prestigiadas revistas académicas de filosofia: The Journal of Phiosohy.


O trabalho mais influente sobre o sentido da vida nas últimas décadas do séc. XX, sobretudo nos EUA, foi o último capítulo do livro Good and Evil (1970), de Richard Taylor, incluído nesta antologia, publicado quase em simultâneo com o artigo de Nagel. O registo escrito da conferência de Kurt Baier proferida em 1957 sobre o tema, também incluída nesta antologia, circulava desde há bastante tempo entre estudantes e professores;


Filosifica Publica




Este trabalho, contudo, só viria a circular amplamente a partir de 2000, quando foi
publicado na antologia de textos sobre o sentido da vida organizada por Klemke para a.


Oxford University Press. Por esta altura, já o problema do sentido da vida era insistentemente abordado nas revistas académicas, surgindo também cada vez mais livros inteiramente dedicados ao tema.


Esta antologia põe o leitor em contacto com esses e outros importantes ensaios filosóficos contemporâneos sobre o sentido da vida. Os ensaios foram dispostos por ordem parcialmente cronológica e parcialmente temática.


O ensaio de Taylor é o primeiro desta antologia e apresenta uma resposta subjectivista ao problema do sentido da vida. Esta posição baseia-se na convicção de que, objectivamente, a vida não tem sentido; contudo, tem sentido para nós desde que sejamos felizes e estejamos imersos na própria vida. Esta é uma resposta muito comum entre pessoas que não são religiosas e que desconhecem a bibliografia sobre o tema — em parte, talvez, porque hoje em dia é comum pensar que "os valores" são relativos ou subjectivos. Será uma surpresa para o leitor descobrir que os filósofos actuais aceitam quase todos, como observa Levy no último ensaio desta antologia, a tese objectivista sobre os valores e o sentido da vida, defendida por Susan Wolf (cujo influente artigo se inclui nesta antologia) e David Wiggins.


O segundo ensaio da antologia é a referida conferência de Baier, que defende três ideias centrais:


1. A concepção que hoje temos do problema do sentido da vida está fortemente influenciada pela mundividência medieval judaico-cristã, segundo a qual a vida terrena é vista como meramente instrumental para a vida depois da morte.


2. A convicção contemporânea de que sem Deus a vida não tem sentido resulta precisamente de se juntar a descrença na existência de Deus com a concepção medieval de sentido. Mal se abandona a concepção medieval de sentido, a inexistência de Deus não põe em causa o sentido da vida. O leitor pode averiguar por si em que medida este diagnóstico de Baier se aplica ou não às ideias de Taylor.


3. Ao contrário do que é comum pensar por influência da mundividência judaico-cristã, só se Deus não existir é que a vida pode ter sentido. Baier defende assim uma posição sobre o sentido da vida antagónica à religião. O ensaio de Baier oferece ainda um estudo importante sobre a natureza das explicações, para clarificar a famosa pergunta de Leibniz (1646-1716): por que há algo e não o nada?


A Baier segue-se um artigo de Thaddeus Metz, que procura mostrar que algumas das críticas de Baier à teoria medieval do sentido da vida, concebida em termos de um propósito divino, são improcedentes. Contudo, apresenta outras críticas que no seu entender são suficientes para derrotar qualquer teoria do sentido baseada no propósito divino. Metz apresenta então um novo tipo de teoria do sentido da vida centrada em Deus, que não padece dos defeitos da teoria medieval do propósito. A sua conclusão é que este novo tipo de teoria, apesar de ser a mais plausível, apresenta

sérias dificuldades.


O quarto ensaio desta antologia é o referido artigo de Nagel. Na primeira parte, Nagel apresenta algumas refutações hoje praticamente canónicas de algumas ideias erradas sobre o sentido da vida. A ideia de que a nossa vida não tem sentido porque somos seres minúsculos, que habitam um minúsculo planeta num vastíssimo universo, é refutada fazendo notar que se a nossa vida não tem sentido por sermos pequenos, não se percebe por que razão ganharia sentido se fôssemos muitíssimo maiores. Nagel refuta também a ideia de que a vida não tem sentido porque somos efémeros e porque daqui a um milhão de anos ninguém se importará com o que fizermos hoje. Nagel defende que se a vida não tem realmente sentido, não se percebe como o adquiriria se a nossa existência fosse eterna; e que se o que hoje fazemos não terá importância daqui a um milhão de anos, então também não tem importância hoje que não tenha

importância daqui a um milhão de anos.


Na segunda parte do seu ensaio, contudo, Nagel defende que a nossa vida é absurda apesar de ser subjectivamente valorizada. Nagel considera que a nossa vida é absurda precisamente porque há uma dessintonia entre o valor que damos à nossa vida, subjectivamente, e o reconhecimento de que objectivamente a nossa vida não tem tal valor. A posição de Nagel parece depender de uma concepção anti-objectivista do valor, nomeadamente do valor moral, e essa poderá ser a sua maior fraqueza.


O quinto ensaio desta antologia, de Susan Wolf, marca uma fronteira importante nas discussões contemporâneas sobre o sentido da vida. Wolf defende uma concepção objectivista do sentido da vida, e uma subtil ligação entre a felicidade e o sentido, objectivamente concebido. Sem apresentar uma concepção objectivista do valor, problema que extravasa o tema do sentido da vida, Wolf defende que uma vida tem sentido quando consiste na entrega activa a projectos de valor.


O último ensaio desta antologia é também o mais recente. Neil Levy procura resolver um problema que fica aparentemente em aberto na concepção objectivista de sentido de
Wolf e de outros filósofos. Se a vida tem sentido quando nos entregamos activamente a projectos de valor, o que acontece à nossa vida quando atingimos os objectivos de tais projectos? Concordando com a intuição comum, manifestada por Taylor e vivida por John Stuart Mill (1806-1873), de que o sentido da nossa vida cessa mal os nossos projectos chegam a bom porto, Levy defende a existência de um certo tipo de projectos que são constitutivamente abertos; a entrega a projectos deste tipo garante aquilo a que chama o "sentido superlativo".

3 críticas ao projeto de lei de crimes informáticos



critico Bruno .M. Lima Geral | Tags: AI-5 digita ! crimes informáticos, projeto azeredo |
1 Comment


Publicado na poliTICs de julho de 2009:


Há 10 anos tramita no Congresso Nacional o projeto de lei nº 84/1999 que visa tipificar os crimes informáticos em nosso ordenamento jurídico. Aprovado na Câmara em novembro de 2003, o projeto foi enviado para apreciação no Senado onde tramitou sob o nº 89/2003 e recebeu substitutivos dos senadores Eduardo Azeredo e Aloizio Mercadante que acabaram culminando com a aprovação da sua redação final em 9 de julho de 2008. O projeto, então, retornou à Câmara dos Deputados, onde tramita atualmente.


Nossa proposta aqui é analisar os três artigos mais polêmicos do projeto e propor algumas soluções para seu aperfeiçoamento.


Técnica Legislativa


Logo de início se percebe a péssima técnica legislativa do projeto que criou um novo capítulo no Código Penal completamente dissociado dos critérios que regem nosso código:


“CAPÍTULO IV


DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS SISTEMAS INFORMATIZADOS”


É um consenso entre os penalistas brasileiros que os tipos penais são classificados de acordo com o bem jurídico protegido, ou seja, com o direito fundamental da pessoa humana que fundamenta a criminalização da conduta. Assim, temos crimes contra o direito à vida, contra o direito ao patrimônio, contra o direito à honra, contra o direito à liberdade sexual, etc.
Os direitos que se procuram resguardar com a criação destes crimes informáticos são o direito à propriedade dos dados informáticos (não se pode apagá-los ou modificá-los sem a permissão do dono) e o direito à privacidade destes dados (não se pode acessá-los sem a permissão do dono). Em um único conceito: inviolabilidade dos dados informáticos, entendida como a tutela simultânea da propriedade e da privacidade destes dados, tal como, na inviolabilidade de correspondência.
Destarte, os novos tipos deveriam constar nos arts.154-a e seguintes, logo após os crimes contra a inviolabilidade de correspondência (arts.151 e 152) e inviolabilidade de segredos (arts. 153 e 154).
O legislador, porém, demonstrando sua pouca intimidade com regras básicas da dogmática penal, optou por posicionar os tipos logo após os crimes contra a saúde pública (art.267-285).


SOLUÇÃO PROPOSTA: Criação da Seção V – Dos crimes contra a inviolabilidade dos dados


informáticos no Capítulo VI, do Título I da Parte Especial do Código Penal, iniciando os novos tipos penais a partir do art.154-a.


Criminalizações


Acesso não autorizado a rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado
Art. 285-A. Acessar, mediante violação de segurança, rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Se o agente se vale de nome falso ou da utilização de identidade de terceiros para a prática do crime, a pena é aumentada de sexta parte.
O primeiro equívoco visível no art.285-A é exigir que a conduta seja praticada com violação de segurança, o que implica na ausência de tipicidade da conduta do hacker que invade um computador doméstico não protegido por um firewall ou um antivírus. Seria o equivalente a permitir que um ladrão furte uma casa, tão-somente porque seu proprietário deixou a porta aberta. Um completo absurdo.
Não menos absurda é a necessidade de uma “expressa restrição de acesso”. O fato de alguém deixar seu notebook na mesa de um restaurante enquanto vai ao banheiro, não torna lícita a conduta de quem se aproveita desta ausência para acessar os dados. Não é razoável exigir que o proprietário tenha que declarar expressamente que ninguém está autorizado a acessar seus dados. Trata-se de uma restrição tácita elementar, não amparada, porém, pelo projeto Azeredo.
Por outro lado, a mesma lei que contém estas lacunas na proteção do usuário doméstico incauto, permite interpretações bastante rigorosas, já que a redação do tipo é bastante vaga.
Algum juiz poderia entender, por exemplo, que a restrição prevista neste artigo abarca a conduta de alguém que usa um crack (pequeno software para retirar restrições de acesso em softwares originais que visam a proteção de direitos autorais) para executar um jogo de computador sem a necessidade do uso do DVD.
Ainda que não pareça ser este o intuito do legislador, é preciso lembrar que, após aprovada uma lei, pouco importa qual era a pretensão original do legislativo, pois o juiz a interpretará de acordo com a sua livre convicção.
Por fim, ainda em relação a este artigo, o parágrafo único prevê um aumento de pena para a hipótese de o agente se utilizar de nome falso para a prática do crime. Trata-se de mais um grave equívoco do legislador, que parte do pressuposto de que haverá casos em que o autor utilizará de seu nome verdadeiro para a prática do crime, o que é bastante improvável.
As qualificadoras só devem impor incremento de pena se – e somente se – a circunstância a ser utilizada como qualificadora demonstrar um plus de reprovabilidade da conduta do agente, isto é, uma gravidade maior daquela já punida pela pena do caput do artigo.
Em seguida, continua o projeto:


Obtenção, transferência ou fornecimento não autorizado de dado ou informação



Art. 285-B. Obter ou transferir, sem autorização ou em desconformidade com autorização do legítimo titular da rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de acesso, dado ou informação neles disponível:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Se o dado ou informação obtida desautorizadamente é fornecida a terceiros, a pena é aumentada de um terço.
Trata-se de uma conduta que é desdobramento natural da prevista no art.285-A e, portanto, a boa técnica penal recomenda que seja abordada em parágrafos do artigo anterior e, não, de um novo tipo, pois, caso aprovado o projeto, o agente não poderia ser condenado simultaneamente nas iras do art.285-a e 285-b, já que para obter ou transferir os dados (art.285-b) é condição necessária que num primeiro momento ele os acesse (art.285-a).


SOLUÇÃO PROPOSTA: Reescrever os arts.285-a e 285-b, em um único artigo, dando-lhes

uma redação mais objetiva e prevendo hipóteses privilegiadoras e qualificadoras que, de fato, demonstram uma menor ou uma maior reprovação social da conduta. A título de sugestão:


Acesso não autorizado a sistemas computacionais


Art. 154-A. Acessar, sem autorização, dados ou programas em sistema computacional alheio.
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.


§ 1º. A pena será reduzida de um a dois terços ou o juiz aplicará somente a pena de multa se o agente não tinha intenção de lucro ou de obter vantagem de qualquer espécie para si ou para outrem e foi pequeno o prejuízo para a vítima.


§ 2º. Aumenta-se a pena de um terço até metade:

I – se o crime é cometido contra sistema computacional da União, Estado, Distrito Federal, Município, órgão ou entidade da administração direta ou indireta ou de empresa concessionária de serviços públicos;


II – se o crime é cometido por funcionário público ou por quem exerça a função de administrador de sistemas ou assemelhada, com abuso de poder ou com violação de dever inerente a função;


III – se o agente destrói ou danifica o sistema computacional ou os dados nele armazenados;


IV – se o agente divulga a terceiros as informações obtidas, causando dano material ou moral à vítima.


§ 3º. Somente se procede mediante representação, salvo na hipótese do § 2º, II, em que a ação é pública incondicionada.


Finalmente, cabe analisar o artigo mais polêmico do projeto:


Vigilância


Art. 22. O responsável pelo provimento de acesso a rede de computadores mundial, comercial ou do setor público é obrigado a:


I – manter em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de 3 (três) anos, com o objetivo de provimento de investigação pública formalizada, os dados de endereçamento eletrônico da origem, hora, data e a referência GMT da conexão efetuada por meio de rede de computadores e fornecê-los exclusivamente à autoridade investigatória mediante prévia requisição judicial;


II – preservar imediatamente, após requisição judicial, outras informações requisitadas em curso de investigação, respondendo civil e penalmente pela sua absoluta confidencialidade e inviolabilidade;


III – informar, de maneira sigilosa, à autoridade competente, denúncia que tenha recebido e que contenha indícios da prática de crime sujeito a acionamento penal público incondicionado, cuja perpetração haja ocorrido no âmbito da rede de computadores sob sua responsabilidade.
A idéia de que todo usuário de Internet tenha seus registros de acesso armazenados nos servidores por 3 anos é exageradamente invasiva e fere visivelmente o art.5º,

X, da Constituição da República que dispõe:


X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;


Além do mais, se aprovado, o dispositivo inviabilizaria a inclusão digital por meio de redes sem fio (Wi-fi) em áreas de difícil acesso, tais como florestas, regiões interioranas com pouca infra-estrutura ou mesmo favelas, criando uma desnecessária e cara burocratização ao se exigir o cadastro prévio dos usuários.
Não bastasse a violação de privacidade dos usuários e a burocratização da redes de Internet sem fio, a proposta mostra-se bastante ingênua, pois criminosos e pessoas mal-intencionadas de uma forma geral, poderiam conseguir acesso à Internet com relativa facilidade em lan-houses, com o uso de documentos falsos ou de terceiros.


Também não faltam recursos técnicos que permitam a usuários de computadores camuflarem seus endereços I.P., de modo que, mesmo que acessem de sua casa ou local de trabalho, seus atos não deixem rastros na rede.
Finalmente, o parágrafo terceiro cria ainda a obrigação de delação por parte do provedor de acesso, colocando os responsáveis pelo serviço na difícil condição de

vigias dos atos de centenas ou milhares de usuários. Algo como exigir que as operadoras de telefonia delatem seus usuários quando houver indícios da prática de crimes em seus telefonemas. Dispositivo fadado a ser letra morta, portanto.


Em suma, o artigo imporia uma vigilância constante aos acessos do cidadão comum, dificultaria em muito a inclusão digital por meio de redes sem fio e, por outro lado, seria ineficaz no combate aos verdadeiros criminosos da Internet.


SOLUÇÃO PROPOSTA: a supressão integral deste artigo do projeto de lei.


À guisa de conclusão


Finalmente, é preciso advertir o leitor de que o projeto é composto ao todo por 23 artigos e que só tratamos aqui de 3 deles, pois os consideramos eivados dos maiores equívocos.
Nosso silêncio quanto aos demais não deve ser interpretado, porém, como aprovação do texto, mas tão-somente, como uma estratégia para que não se perca o foco da discussão dos temas mais relevantes.


O conjunto do texto do projeto é muito fraco do ponto de vista técnico-penal e sua adequada reestruturação implicaria praticamente na criação de um novo projeto, razão pela qual, o melhor a se fazer atualmente é arquivar o presente projeto e criar uma comissão formada por professores de Direito Penal, professores de Ciência da Computação e representantes da sociedade civil para que construam democraticamente um novo texto que contemple os interesses dos brasileiros de uma Internet razoavelmente segura, preservando os direitos fundamentais da pessoa humana.
Uma resposta to “3 críticas ao projeto de lei de crimes informáticos”



1. Regina Diz:

07 outubro 2009 at 10:31
Excelentes observações!
Sucesso maninho!0



2. julia Diz:

07 outubro 2009 at 10:32
Excelentes critica
Vc é de + adorei


3. julia Diz:

07 outubro 2009 at 10:34
Excelentes observações!
Agora sim vc se tornou um
Critico valeu broder blz

Bush, o bem e o mal


Peter Singer
Universidade de Princeton

A facilidade com que Bush fala sobre bem e mal data de muito antes de 11 de Setembro de 2001, de antes da sua eleição como presidente, e de antes da sua campanha para este cargo, centrada na ideia de que ele levaria "honra e dignidade" à Casa Branca (no que todas as pessoas entenderam como um contraste em relação a Bill Clinton). Bush inicia a sua dissertação pré-eleitoral, A Charge to Keep, afirmando que um dos momentos definidores da sua vida ocorreu durante uma oração, momentos antes de prestar juramento na tomada de posse do segundo mandato como governador do Texas. Nos termos em que Bush conta a história, o Pastor Mark


Craig disse que as pessoas "têm necessidade de líderes que possuam coragem ética e moral […] líderes que tenham coragem moral para fazer o que é correcto, pela razão correcta." Bush diz-nos que este sermão falou directamente com "o meu coração e a minha vida", desafiando-o a fazer mais do que fizera durante os primeiros quatro anos como governador. Segundo parece, tomou a resolução de ser o tipo de líder de quem, como dissera o Pastor Craig, as pessoas têm necessidade.


Mas, apesar de Bush afirmar que o discurso de Craig constituiu um daqueles momentos "que nos mudam para sempre […] que nos colocam numa rota diferente", parece que ele já estava nessa rota. A moral estava já no cerne do seu discurso de tomada de posse do segundo mandato como governador, que ele evidentemente preparara antes de ouvir o sermão de Craig. Depois de dizer que os nossos filhos têm de ser ensinados sobre o bem e o mal, prosseguiu: "Têm de aprender a dizer sim às responsabilidades, sim à família, sim à honestidade e ao trabalho […] e não à droga, não à violência, não à promiscuidade e a ter filhos fora do laço matrimonial". É difícil saber quando é que Bush decidiu fazer da ética o tema central da sua vida pública. Talvez tenha sido durante um fim-de-semana de Verão, em 1985, quando Bush se reuniu aos pais e outros familiares na residência de Verão da família, em Kennbunkport, no Maine. O evangelista Billy Graham foi convidado a juntar-se à família e, enquanto Bush caminhava até à praia, Graham perguntou-lhe se ele estava "em paz com


Deus". Bush respondeu que não tinha a certeza, mas a conversa levou-o a pensar no assunto. Em A Charge to Keep, refere que este foi o momento em que "o Reverendo Billy Graham colocou uma semente de mostarda na minha alma" que o levou a "entregar novamente o coração a Jesus Cristo" e a tornar-se leitor regular da Bíblia. É evidente que as crenças cristãs de Bush têm um papel importante no seu pensamento moral.


O facto de George W. Bush ser o presidente da única superpotência do mundo é razão suficiente para querer compreender as suas opiniões morais. Mas não é a única razão. Bush representa uma atitude moral distintamente americana — não partilhada por todos os americanos, claro, mas, ainda assim, com um papel mais central na vida pública americana do que noutro local qualquer. Tendo vivido a maior parte da minha vida fora dos Estados Unidos, sou frequentemente surpreendido pelo modo de pensar tão diferente de americanos e europeus, australianos e mesmo canadianos acerca de questões sociais, políticas e éticas. Bush e eu pertencemos à mesma geração — na verdade, nascemos no mesmo dia: 6 de Julho de 1946 — e, no entanto, sob certos aspectos vivemos em universos éticos distintos. Compreender melhor Bush é compreender um filão do complexo conjunto de ideias que torna a América diferente. Por isso, este livro não é apenas um estudo da ética de um presidente dos Estados Unidos, mas também a perspectiva de um outsider relativamente a um filão importante do pensamento americano — a forma de pensar que actualmente conduz as políticas do país dominante e que tem abertamente como objectivo transformar o século XXI no "século americano".


Dada a importância mundial das opiniões de Bush sobre o bem e o mal, pode parecer surpreendente que os filósofos tenham prestado pouca atenção à sua ética. Uma razão provável para isto ter acontecido é os filósofos o considerarem indigno da sua atenção. Quando disse a amigos e colegas que estava a trabalhar num livro sobre "a ética de Bush", alguns deles observaram que a expressão era um oximoro ou que o livro devia ter poucas páginas. Então eu não via — perguntaram-me, incrédulos — que Bush era apenas mais um político que diz seja o que for que julgue contribuir para a sua eleição ou reeleição? Ele nem sequer tem o poder de concentração, quanto mais a inteligência — disseram-me —, para pensar numa filosofia coerente. Em vez de perder o meu tempo a levar a sério as suas observações sobre ética — sugeriram-me — devia denunciar a hipocrisia de toda a sua conversa sobre moral. Devia mostrar que o que ele realmente faz é sempre do interesse dos seus amigos texanos da indústria petrolífera ou das grandes empresas e ricos patrocinadores individuais que contribuem substancialmente para os cofres da campanha.


Há ocasiões no meu livro em que pergunto se o que Bush faz é coerente com aquilo em que afirma acreditar. Depois de fazer isto, pergunto-me se a visão cínica dos meus amigos estará correcta. Claro que Bush é um político e está sujeito às mesmas pressões que qualquer político, mas penso que a verdade é mais complexa do que julgam os meus amigos cépticos. Contudo, mesmo que tivessem razão relativamente aos motivos do presidente, isso não retiraria todo o interesse à filosofia moral que defende. Dezenas de milhões de americanos acreditam na sua sinceridade e partilham as opiniões que ele apresenta acerca de uma vasta gama de questões morais. Também aceitam sem questionar a imagem luminosa e positiva da América e a sua bondade única, que perpassa os seus discursos. Aqueles que me julgam ingénuo no que diz respeito às opiniões de Bush podem, então, encarar o meu livro como uma análise e uma crítica de um conjunto de crenças amplamente partilhadas pelo povo americano, independentemente de o seu principal porta-voz acreditar ou não no que diz. Assim, o meu ponto de partida é tomar à letra o que Bush diz e ver quão defensáveis são as posições que ele adopta.


Peter Singer


Tradução de Bruno .M.Lima


Retirado de The President of Good and Evil: Taking George W. Bush Seriously, de Peter Singer (Londres: Granta, 2009)


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Reproduza livremente mas, por favor, cite a fonte.

5 de outubro de 2009

Qual a razão da vida,para vocês?


Melhor resposta - Escolhida por votação


Em minha opinião estamos aqui para aprendermos uns com os outros.
À medida em que vivenciamos diversas situações: alegria, tristeza, sofrimento, amor, doenças, frustações, esperança, entre inúmeras outras, vamos mudando a forma de encarar a vida e nos tornando pessoas melhores do que quando aqui chegamos.
Nem todos conseguem absorver coisas boas dessa nossa passagem por aqui, mas esse é o objetivo: nos tornarmos MELHORES.


ENCONTRANDO A RAZÃO DE VIVER! bruno .M.Lima 1.12-26
EZEQUIEL DE SOUSA FAZ SUA AUTO-AVALIAÇÃO Perseguições Igreja Prisão Futuro Incerto Mundo CRISTO (1.21) O EIXO DA VIDA
A avaliação correta da vida e até mesmo da pessoa que somos , não depende do que nos aconteceu durante a vida, nem do lugar que temos morado, ou das pessoas que estão ao redor mas sim da razão que seguimos,do rumo que seguimos
BRUNO .M. LIMA AVALIA SEUS SOFRIMENTOS DE MODO POSITIVO.  (v.12,13) - os sofrimentos não o fizeram reclamar, como tantos outros o fariam.  (At 23.12-21) - 40 homens se comprometeram jejuar até ver Paulo morto, apenas por inveja e ódio;  (2Co 11.23-28) - faz uma lista de quantos sofrimentos passara por amor a Cristo, e agora diz que, tudo isso contribui para o bem.


1 Só uma pessoa madura espiritualmente pode enxergar a vida e os sofrimentos desta forma. (Rom 8.28) Por isso Paulo se regozijava - Col 1.24 2 Paulo não gostou das circunstâncias, e sim das suas conseqüências - o progresso do evangelho. (como o batalhão com o facão abrindo caminho no meio da mata).
Conseqüências… O privilégio de servir e sofrer (v.29) Orações são feitas (v.19) Os irmãos estimulados (v.14) Os demais são evangelizados O Evangelho é conhecido pela guarda pretoriana (v.13)


2. Paulo reagiu positivamente aos opositores. v.15-18 v.15,17, 18 v.16 v.18 A igreja em Filipos se Dividiu. Irmãos que Faziam o trabalho por Interesse Pessoal. Outros Pregavam Por amor, a Cristo e a Paulo Paulo Pergunta: O que importa? Que Cristo Seja anunciado


3. O futuro é positivo, quando o alvo é Superior… Glorificando a Deus (v.26) Vivendo para pregar e ajudar (v.22,25) O desejo de não falhar por Cristo(v.20) Na incerteza, a certeza: viver é Cristo (v.21) Entre a morte e a vida (v.23,24)
Se sofrer, que seja por Ele Se me perseguirem, que seja por Ele Se eu viver ou morrer, Que seja pra glória dEle Jesus – A razão de meu viver A RAZÃO...
Mensagem pregada da PIB Sta Fé do Sul Pr. Eliezer F. Almeida 30/11/2008



A RAZÃO DA VIDA É O SENTIDO DA CAMINHADA


"Você já percebeu que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera do nosso coração e nos leva a considerar amarga a vida? É que nosso Espírito, aspirando a felicidade e a liberdade, se sente esgotado, cativo ao corpo e a esta vida, que muitas vezes estranhamos. Com isto, caímos no desânimo e, como o corpo sofre essa influência, toma-nos o cansaço, o abatimento, uma espécie de apatia. E nos julgamos infelizes. A saudade dos amores que já se foram comprime-nos o peito, e a solidão aproveita para se instalar em nossa alma sofrida. Os dias se sucedem e a tristeza teima em nos fazer companhia..."




Quantas vezes você se viu pensando em Deus, pensando na vida; em tudo que o cerca e perguntando qual a função disso tudo?! Quantos leitores nos escrevem encarando a vida como uma interrogação, julgando ser seu destino o sofrimento. Mas, como disse o espírito Ivan Albuquerque, "não nascemos para ser tristes e viver entre dor, gemido e pranto, mas, aqui estamos para alcançar o bem". Nascemos para servir, para sermor felizes, para crescer e amar. Mas o que precisamos entender, principalmente, é que nossas vidas têm uma função, um motivo, que é desempenhar uma missão que não suspeitamos, eis que o esquecimento nos auxilia a começar do nada nossa existência infinita.


E se, no decorrer desse período, advierem as inquietações, as tribulações, as noites sem estrelas, os dias amargos, devemos manter-nos fortes e corajosos para os suportar. Nesses dias difíceis, é importante que fechemos os olhos e, numa oração sincera, peçamos força. Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação na fé. Já sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta existência, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o peso e nenhuma esperança lhe alivia a amargura.



Portanto, entenda que a razão da vida é sentido de uma caminhada. Uma viagem que busca a nossa melhoria e que precisa de nossa disposição para o novo, para ajudar e para o imprescindível exercício da humildade. Somos, todos, peregrinos e companheiros. E como em todas as longas caminhadas teremos surpresas e dificuldades, algumas devidas ao trajeto, outras devido à convivência. Basta nos, no entanto, a certeza de que chegaremos maiores e melhores se nos dispusermos a enfrentar o destino com alegria e coragem.

Blog do Bruno .M. lima

rapidinha


Este é meu novo espaço, que tem até meu nome, e precisa ser focado só em coisas musicais e religiosas, certo?
ERRADO. Afinal, a vida é feita de muitas coisas. Você reza, canta, mas também vai as compras, assiste TV, vai ao cinema, pega ônibus, almoça… Enfim, são muitos assuntos pra tratar. Então, vamos às rapidinhas:



Quem gosta de suspense/drama não pode perder O Nevoeiro. Baseado na obra de Stephen King, e dirigido por Frank Darabont (que já dirigiu outras histórias de Stephen King como Um Sonho de Liberdade e A espera de um milagre), o longa combina muito suspense e terror com um drama religioso brabo. Uma cidade é invadida por um estranho nevoeiro, e vemos aquilo tudo junto a um grupo de pessoas presas em um mercado. Além do pavor das criaturas que se escondem na névoa, uma fanática religiosa (uma interpretação incrível de Marcia Gay Harden) espalha mais medo com mensagens escatológicas. Um filme excelente e tenso sobre os reais monstros que surgem nessas situações de confinamento. Não percam.













Pra minha felicidade, a temporada de séries começou essa semana, com força total. Falo mais das séries na próxima semana. Mas já adianto que o lançamento da temporada mais falado é o novo 90210, versão atual do clássico Barrados no Baile. Vi essa estréia com imensa ressalva, mas pelo visto a crítica está elogiando, e o público fez


com que a série batesse records de audiência em sua estréia esta semana. A Sony exibe 90210 a partir de Novembro (mas os viciados (quem? eu?) podem baixar pela internet… rs




















Os sinistrões do Google acabam de lançar seu mais novo produto: um browser. Em tempos de desuso do Internet Explorer, e mania do Firefox, o Google Chrome chega com força total em sua estréia, como um navegador poderoso e minimalista da web. Eu já estou usando, e atesto que realmente é muito discreto e econômico em seu visual, faz tudo o que tem que fazer de forma organizada e não sobrecarrega sua tela. Ainda precisa de muitos avanções, como as extensões que o Firefox tem, mas é uma ótima opção. Experimentem!
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rapidinha






Por que, quando você se veste todo arrumadinho e social, as pessaos já acham que você vai procurar emprego? Pra um designer essas formalidades não fazem diferença. Acho até que as agências classificam os candidatos pela quantidade de tatuagens, piercings e roupas modernosas.
E por que todos insistem em fazer a velha piadinha: “vai fazer exame de fezes”? É tão sem graça!
To em busca de um local pra fazer um ótimo show com Maninho, Grecco e eu por no Rio. Difícil… Cada dia invejo mais os organizadores de eventos e promoters… sou uma negação nesse sentido.
Fui a um enterro pela primeira vez semana passada. Pensei muito na música “quanto tempo você tem”, ela é muito verdade. O pai de um grande amigo faleceu, um homem que viveu sua vida de uma forma admirável. Quisera eu, ao fim da vida, ter a certeza de que me doei à minha família e amigos, que amei, que fui justo, ético e bom. A vida é um sopro, passa e nem nos damos conta. Se morrêssemos hoje, estaríamos felizes com o que já fizemos? Pense…
Semana pra assistir a Nome Próprio, Batman - The Dark Knight, Wall-E, e Era uma vez… quando estreiar na sexta-feira. Em casa, baixei Persepolis, Sangue Negro, Be kind Rewind, Razão e Sensibilidade e O Poderoso Chefao 1 (nunca vi).

rapidinha








Estou em vias de terminar o projeto final, portanto acabei tendo que me decidir por diminuir horas de estágio, me dedicar mais, dormir menos… Não deixarei o blog abandonado, prometo.












Diego Fernandes, citado por mim ,aqui parece ter saído da Canção Nova. Não se sabe o porquê, mas todo o material dele sumiu do site. Estava demorando, eu acho. Quando algo muito diferente e ousado surge, já se espera que seja podado de alguma forma.








Festival do Rio tá aí. Espero ir a vários filmes. Nos vemos em algum cinema da cidade. Detalhe: Tropa de Elite esgotou rapidinho. O Marketing Viral funcionou bem, né?








Fé em Festa está chegando também. No show da Em Nome do Pai, músicas novas (espero!). Mais informações no

Não Diga Adeus


Bruno .M. Lima

Composição: Michael Bruno .M. Lima e marcela..

Mais uma noite sem você, estrelas brilham ao luarComo tentar te esquecer, se o que eu mais quero é te encontrar
Quando a vontade vem, eu tento disfarçar, e o coração me diz melhor te procurarQue fazer de mim, um amor assim a gente não esquece não
Outra pessoa com você, eu tenho medo de encontrarEu nao aceito escolher, alguém que fique em teu lugar
Eu quero não pensar, pra nos não é o fimPrefiro acreditar, voce não quer assimQue fazer de mim, um amor assim a gente não esquece não
Não diga adeus, o meu amor ninguém irá te darNão diga adeus, eu sem você nao sei recomeçar
Veha pra ficar, traz de volta as emoções que eu tive com voceTraz de volta as emoções que ainda podemos terPosso te fazer feliz te amo muito mais
Não diga adeus, o meu amor ninguém irá te darNão diga adeus, eu sem você nao sei recomeçar
Outra pessoa com você, eu tenho medo de encontrarEu nao aceito escolher, alguém que fique em teu lugar
Eu quero não pensar, pra nos não é o fimPrefiro acreditar, voce não quer assimQue fazer de mim, um amor assim a gente não esquece não
Não diga adeus, o meu amor ninguém irá te darNão diga adeus, eu sem você nao sei recomeçar




" NÃO ME DIGA ADEUS"



Não me diga Adeus.


Vá, mas não acene.Não marque esse momento.Acenando com mãosQue um dia me acariciou.Deixe-me apenas lembrançasDos momentos que me amou.Como me dói o seu Adeus.Como dói a sua ida.Esta deixando em mimUma grande ferida.Que somente o tempoIrá cicatrizar.Não precisa se despedir.Junto a ti vaiUm pedaço de mim.Mas não me diga Adeus.Essa palavra me corrói.Seu aceno me destrói.Não me diga AdeusApenas me diga um até breve!

ORIGEM DA VIDA NA TERRA

Critico. Bruno .M. Lima (05 de outubro de 2009)


Existe vida no planeta Terra!


Das duas, uma: Ou a vida se formou aqui, a partir dos elementos químicos que deram origem ao nosso planeta ("Geração Espontânea"); ou a vida veio de fora, em estágio de desenvolvimento que pode ter sido mais ou menos complexo ("Panspermia").


"A Origem da Vida" é uma das grandes questões científicas da Humanidade e tem sido abordada pelos mais ilustres pensadores há milênios. Anaxágoras, precessor de Sócrates, advogava a favor da "Panspermia". Aristóteles defendia a "Geração Espontânea". Foi ele o formulador da primeira teoria científica de origem da vida, que conhecemos. De acordo com sua teoria, existiriam dois princípios: um passivo, que é a matéria e outro ativo, que é a forma. Dentro de certas condições esses dois princípios se combinariam, originando a "vida". Assim se explicava como carne podre gerava larvas de moscas, por exemplo.


A teoria da Geração Espontânea tem tido a preferência da ciência há mais de 2.000 anos. Durante a idade média, contou com inúmeros ilustres defensores, tais como Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, René Descartes e Isaac Newton. Um dos primeiros opositores de destaque à "teoria oficial" da Geração Espontânea foi o médico e naturalista florentino Francesco Redi (1626-1698). Em resposta a Aristóteles, Redi demonstrou experimentalmente que só aparecem larvas de moscas na carne podre, quando deixamos moscas pousar nessa carne.

A teoria da Geração Espontânea, tal como formulada por Aristóteles, só foi refutada definitivamente no século XIX, graças ao trabalho de Louis Pasteur. Com o reconhecimento que a vida provém sempre de outras formas de vida, Lord Kelvin, um dos mais importantes cientistas do final do século XIX, retomou a teoria da Panspermia, segundo a qual a vida teria sido "semeada" em nosso planeta, vinda do espaço.


Nas últimas décadas cresceram mais as dúvidas, que o nosso entendimento relativos à teoria da Geração Espontânea. Essa teoria continua sendo a mais aceita, menos por "evidências" a seu favor e mais pela nossa dificuldade no entendimento de certas questões básicas relativas à Panspermia (Como a vida poderia sobreviver à radiação emitida pelas estrelas e presente por toda Galáxia?; Como a vida poderia ter "viajado" até nosso planeta?; etc.) No século passado a idéia "panspermica" ressurgiu com força. Algumas teorias espetaculosas, tal como a
"Panspermia Dirigida" de Francas Circo e Lesei Orle, foram muito discutidas, principalmente por seu forte apelo entre os amantes da ficção científica. Segundo esses autores, seres inteligentes pertencentes a outros sistemas planetários, teriam colonizado a Terra e provavelmente outros planetas. O grande argumento a favor dessa teoria estaria no fato do molibdênio, elemento raro no nosso planeta, ser essencial para o funcionamento de muitos enzimas chave do metabolismo dos seres vivos.


A Nova Panspermia

Fred Hoyle foi um dos maiores defensores da Panspermia. Juntamente com Chandra Wickramasinghe, formulou a "Nova Panspermia", teoria segundo a qual vida se encontra espalhada por todo o universo. "Esporos de vida" fazem parte das nuvens interestelares e chegam a planetas próximos às estrelas, abrigados no núcleo de cometas. Esses "esporos" já conteriam códigos que regeriam seus desenvolvimentos futuros.



Uma teoria para ser científica, deve, pelo menos em princípio, poder ser verificada na prática.
Hoyle e Wickramasinghe, e agora apenas Wickramasinghe, têm procurado identificar os componentes presentes na poeira interestelar, através de "traços" que esses componentes possam ter deixado na radiação infravermelha emitida por essa poeira ou na absorção da luz visível que atravessa essas nuvens. Através dessas análises, na década de 70, constataram a presença de "polímeros" complexos, especialmente moléculas de "poliformaldeídos" no espaço. (Essas moléculas estão fortemente relacionadas à celulose.) Hoyle e Wickramasinghe se convenceram que polímeros orgânicos representam uma fração significativa da poeira interestelar.


E seriam os cometas os semeadores desses esporos de vida através do universo? A análise de meteoritos procurando a identificação de "vida fossilizada", tal como foi amplamente divulgada na década passada através dos estudos realizados sobre o meteorito de nome EETA79001 (de origem provável de Marte), está ainda longe de nos dar resultados conclusivos.

Mas essa questão pode estar próxima de ser definitivamente respondida. A "Agência Espacial Norte Americana" (NASA), através do programa "Stardust", pretende, ainda na década atual, colher e analisar amostras de núcleos cometários. Será a constatação "in loco" da existência ou não de vida nos cometas.


A primeira possível identificação de vida microscópica extraterrestre, entretanto, foi divulgada em julho passado. Falando em um congresso de especialistas em San Diego (EUA), Wickramasinghe apresentou resultados da análise de amostras de ar da estratosfera, colhidas por balões da "Organização de Pesquisas Espaciais Indiana" (ISRO). Segundo Wickramasinghe, foram encontradas evidências muito fortes da presença de vida microscópica à altura de 41 km do solo; bem acima do limite máximo (16 km) onde é admitido o alcance natural de ar e outros materiais das camadas mais baixas da atmosfera.


Esses resultados atendem à Nova Panspermia. Vida na Terra não apenas teria chegado "a bordo" de cometas e material cometário, há bilhões de anos atrás, mas continua ainda hoje nos alcançando em grande quantidade.



Editado por: Brono .M. Lima
critico: Bruno .M. Lima